Roberto é um desses homens para quem a simulação é a maior arte. Um dandy! dirão uns. Um libertino! dirão outros. Seja como for, é um homem impassível, indecifrável… e daí enigmático! Mas a verdade é que no seu íntimo Roberto sente um profundo tédio. O tédio de quem já esgotou todos os prazeres desta vida. A única coisa capaz de o espantar é o facto de já nada o espantar. No entanto... Uma noite, um inesperado encontro com uma mulher deixa-o completamente transtornado. Ela desvenda todo um passado sem tréguas, intacto, escancara o seu crime e reclama a exibição do escândalo. Entre este passado e o presente — fantasmagoria de objectos, seres, lugares — a rêverie prolonga-se e uma capa de silêncio cai sobre a alma de Roberto que se fecha para sempre...